domingo, 11 de dezembro de 2011

Lascívia

Entregou o corpo frio ao calor dos lençóis, sentiu as mãos percorrendo sua pele, lhe desvendando. Não querendo parecer uma pessoa sem pudores, mas querendo achar o que perdeu em outros braços. Mergulhou no vai-e-vem das mãos em frenesi, dos corpos ávidos.
Inquieta, marinheira de emoções. Leviana? Talvez. Mal-amada, bem amada. Amando, amando de uma forma torta e incompreendida. Ali pousado na cama não era seu amor, era o seu desejo. Desejo muito bem-vindo, por sinal. Esbaldou-se da carne, ferveu na panela humana.
Viajou mundos sem sair do espaço apertado em que se encontrava. Sempre foi assim: mulher do espaço. Mas aquela cena estava além dos universos antes visitados. Estava na página de um livro, em um filme europeu... Era real, vivo, pulsante... e quando percebeu já não estava ali.

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