terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Mais delírios...


De repente, acabei com tudo, mas esqueci de dar um ponto final ao que existe dentro de mim. Chorei. Não lágrimas de verdade, prendi tanto quanto pude, chorei o choro interno, aquele em que todos os seus orgãos sangram. Um nó na garganta e um sorriso estampado no rosto, sempre acompanhado por um "boa tarde, senhor". Aqui no hotel é preciso manter as aparências, os problemas ficam da porta pra fora. O céu que hoje de manhã sorria, encobriu o sol e chorou por mim. Nuvens de mágoa tomaram conta de Porto de Galinhas. Uma dor sem limites alastrou-se no meu coração. Acho que nunca mais poderei ser eu mesma com alguém, sempre vai existir esse medo de decepcionar-me novamente. Em todo mundo eu acho um defeito. Confiança, por andas? Nunca mais lhe vi caminhando pelas esquinas da minha vida.


[No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.]

Portfólio de emoções partidas

Me pergunto porque as coisas mudam tão repentinamente na cabeça dos homens. Não sei porque me questiono sobre coisas que eu já tenho a resposta e sobre coisas que nunca terei. O ser humano é uma metamorfose, é tão óbvio ser hoje e não ser amanhã. A unica obviedade que não existe no mundo está na nossa cabeça. Mudei! De semana passada pra cá eu devo ter mudado umas trinta vezes, no mínimo. Falo de mudanças em geral, aquela comida que é trocada por um lanche, aquele compromisso que é trocado por umas horinhas de sono, o "eu te amo" que virou um "saia da minha frente". Sei que em um instante nada mais era como antes, meu coração quebrou-se pela milésima vez e nem me deu tempo de consertá-lo, já estava mais uma vez sendo invadida. Na realidade, eu não sei se eu fui invadida ou se eu me deixei invadir. Acho que um pouco dos dois, me abandonei e me permiti entrar nessa confusão. Baguncei tudo que já estava revirado dentro de mim. Agora eu vou embora, vou dar um tempo para os meus pensamentos, vou desembaraçar tudo que eu enrolei. Não vou pra longe e nem vou para o paraíso, mas um quadra de distância já me faria um bem enorme. Venho de uma série de quedas emocionais, que talvez tenham me trazido até aqui. De Recife para Porto de Galinhas o caminho é curto, mas de um sentimento para o outro há um abismo. Fico pensando se distância aproxima ou separa, cheguei a conclusão que quem dita isso são as circunstâncias. Tudo pode acontecer! E se aumentar? - Eu sumo! - Mas meu coração não pode ousar de tanta vagabundagem a chegar a tal ponto, desacredito nisso!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sem título

O problema das pessoas é esse: todas pensam que eu não tenho sentimentos.
Minha loucura camufla o meu coração, mas ele existe, sabe?
Tudo isso é pesado demais pra mim...
Prefiro espatifar tudo dentro de mim a ficar me cortando aos poucos.
Não é pra ser, ponto! Sou rigorosa quanto a pontuações.
Não vou colocar uma vírgula em algo que não tem continuação.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lascívia

Entregou o corpo frio ao calor dos lençóis, sentiu as mãos percorrendo sua pele, lhe desvendando. Não querendo parecer uma pessoa sem pudores, mas querendo achar o que perdeu em outros braços. Mergulhou no vai-e-vem das mãos em frenesi, dos corpos ávidos.
Inquieta, marinheira de emoções. Leviana? Talvez. Mal-amada, bem amada. Amando, amando de uma forma torta e incompreendida. Ali pousado na cama não era seu amor, era o seu desejo. Desejo muito bem-vindo, por sinal. Esbaldou-se da carne, ferveu na panela humana.
Viajou mundos sem sair do espaço apertado em que se encontrava. Sempre foi assim: mulher do espaço. Mas aquela cena estava além dos universos antes visitados. Estava na página de um livro, em um filme europeu... Era real, vivo, pulsante... e quando percebeu já não estava ali.

Exagerada



Tudo em mim é demais.
A alegria é incontrolável,
A tristeza é exacerbada,
Embriaguez é loucura.
Quando fere, cicatriza e continua doendo.
Nada é meio termo.
Minha boca vomita calúnias quando falo cheia de mim: "Vai passar".
Não. Não vai passar. Nunca passa. Acostuma-se, essa deve ser a palavra.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Palavra mãe


A palavra está dentro de mim
Nascida,
Criada,
Parideira,
Gerando, gerando...
Palavra que me preenche,
Que se torna músculo e pulsa.
Palavra que corre nas minhas veias,
Que transforma meu corpo em tronco e nasce como planta.
Palavra cantada, ditada, falada, vivida,
Escondida do no meu íntimo, palavra.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O vazio de Yang





Os pingos caem secos na cidade do sol,
Chove e faz calor,
Dentro de mim o inverno se alastra.
Sou um iceberg de emoções contidas,
Um vulcão, um vendaval...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Seguindo em frente

Mas dessa vez eu não vou curar um amor com outro. Vou deixar a ferida sarar, deixar a cicatriz não mais me amedrontar para então me permitir mais uma vez o sentimento de amar. Dessa vez eu fiz minhas malas, gastei o resto das minhas ilusões, apostei minhas últimas tentativas. Vou indo, quem sabe eu mande um sinal de vida, talvez eu esqueça amanhã... faz parte de mim, você sabe! Vou te deixar aqui, pendurado em uma parede para que os próximos que aqui entrarem saibam que um dia foi verdadeiro.

terça-feira, 29 de novembro de 2011


É preciso acordar todos os dias pronto para chorar ou enxugar as lágrimas dos outros;
É preciso estar pronto para o riso incontido e para a lágrima desobediente;
É preciso saber amar e saber dizer "adeus".

sábado, 19 de novembro de 2011

Voto de Sinceridade - parte I

O discurso da sinceridade é facilmente proferido por mais da metade da população humana, e quem admitiria de cara levada as mentiras que conta ou já contou? Conviver com a verdade não é fácil, ela é como uma faca ferindo o ego e os sentimentos de qualquer ser humano.
Após ler uma matéria na revista Superinteressante eu resolvi fazer a experiência de ser super sincera por uma semana e não há nada mais doloroso que soltar as verdades sem pensar na possibilidade da mentira.
Um amigo, ao saber do meu voto, me perguntou o que eu pensava sobre ele e que conselhos eu teria para dar, fui certeira na resposta:
"- Te acho um cara legal, mas você tem muito que amadurecer em relação a tudo. Cuidado com a forma como você lida com a palavra sexo, isso pode te vulgarizar e te transformar em mais uma bichinha egocêntrica que faz as pessoas rirem sem saber que na verdade é alvo de chacota."
Foi uma resposta bem dura da minha parte e senti que ele não esperava por aquilo e muito menos pelas outras sinceridades que vomitei sem dó nem piedade.
Aquilo era só um começo para perceber que nosso olhar pode pesar bastante sobre as costas do próximo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Me desconheço!

E, ela me via como um enigma, mas eu desvendava cada olhar dela.
Me tocava como quem dedilha um violão, com aqueles dedos virgens, curiosos...
Procurava em mim uma certeza qualquer, sem saber que a minha vida é um mar de incertezas.
Era visível que a cada vez que me entendia algo se despedaçava dentro de si,
Como se soubesse que aquele lugar não era seu, mas insistia em vagar pelas profundezas do meu eu.
Um dia ela se perdeu dentro de mim,
E eu que pouco me conhecia
Não pude passar pelo labirinto da minha alma.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre mim


Na calada da noite vou me equilibrando na ponta do pés até o carrinho de bebidas, sorrateiramente pego uma dose. Sou maior de idade, não há motivos para tais cuidados, mas dentro de casa tento manter esse costume de não mostrar minhas preferências.

Gosto do som do gelo roçando o copo, gosto do tom marrom desbotado quando demoro a ingerir a dose. Gosto do copo suado.

Meus amigos estão lá fora, no mundo, bebendo, jogando conversa fora, beijando, transando. Gosto do meu mundo, desse silêncio projetado pela minha necessidade de concentração. Gosto de gente e de solidão, é difícil de entender. O que eu não gosto mesmo é de multidão, nunca sei pra quem devo olhar. Às vezes meu mundo não permite muita gente, às vezes ele não permite ninguém. Estar na minha pele, sentir o que sinto e olhar o que vejo não é fácil. Imagino como se sentem as pessoas que não conseguem penetrar o meu mundo e se confundem com as minhas atitudes, minha falta de paciência, minha frieza, meu descaso...

O melhor de mim não está perdido nem é impossível recuperar, mas está em cárcere dentro de mim mesma. Medo. Uma palavra que me define há um ano: medo. Até quando sei que não há perigo em sair da casca, ainda assim tenho medo de sair e não ser o que eu esperava. Medo de sofrer, pavor de pensar no “fazer sofrer”. Dá pra acompanhar o meu raciocínio? Certas vezes corro com ele e esqueço de como sou metafórica, de como sou complexa.

Não escrevo com funcionalidades, não faço poesia, não escrevo livros, não faço matérias. Falo de mim, desabafo enquanto choro e faço chorar. Compartilho minhas dores e alegrias e assisto aos que se sentem como eu e vão proliferando minhas palavras pelas redes sociais. Estranho saber que tem gente por aí que mesmo sem me conhecer acredita no que eu digo.

Por trás do meu sorriso há um mar de angustias que certas horas seca, mas vez por outra inunda.

domingo, 13 de novembro de 2011

Down em mim

Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão

E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou te esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer
Da privada eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Eu ando tão down
Down... down

Cazuza



Fugindo do meu ritmo de textos para compartilhar essa música com vocês.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Egoísta

Não sei se ando anestesiada, satisfeita ou se deixei meu coração em segundo plano.
Todos os meus amigos andam de alguma forma cabisbaixos, como se a metade de suas laranjas estivessem podres.
A cada momento um novo conselho me é pedido. Ando racional demais para falar sobre as coisas do coração, acabo jorrando palavras que muitas vezes parecem grosseiras.
Eu sei que as pessoas procuram as outras pra desabafar e não pra ouvir um conselho, afinal ninguém os segue. O objetivo real é desengasgar aquilo que te incomoda, o problema é que eu ando surda.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Gente



Hoje reservei um pequeno espaço do meu percurso de casa para o estágio pra reparar em um discurso muito visto pelas pessoas que estão no cotidiano dos ônibus: "Eu poderia estar matando,roubando...mas estou aqui pedindo uma ajuda..." Vocês já repararam na dureza destas palavras? As pessoas que proferem essas palavras estão falando nas entrelinhas que o caminho da humanidade é cruel. Você tem dois caminhos, ganhar sua vida pedindo ajuda aos outros ou tirar a vida dos outros para ajudar a sua. Por que não dizer que você poderia estar inserido em um mercado de trabalho lutando pra conseguir um lugar decente na sociedade se lhe dessem espaço pra isso, mas as consequências te levam a outro caminho? É vergonhoso ver um ser humano usar a sua voz para viver pedindo ajuda dos outros quando outros usam a voz pra cantar uma música de quinta categoria e ganham milhões.
Na bandeira do Brasil deveriam estampar um "Viva a desigualdade", mas eu entendo o objetivo daquela frase de auto ajuda que pintaram lá. É triste saber que a realidade só fere quando nos toca.
Tenho pena de quem pede porque também se acostumou a pedir e a ganhar a vida dessa forma tão humilhante. Tenho pena de quem não luta por mudança porque uma hora a faca da desigualdade pode lhe cortar o bucho.
Tenho pena de gente, gente como eu ou como você que está lendo as minhas palavras recém saídas do forno. Pena de gente que esquece que é gente.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sem mais...


Meu facebook sempre me indica as mesmas pessoas "que talvez eu conheça", como se eu tivesse que firmar uma amizade com elas a qualquer momento ou fingisse que me dou bem com aquelas que conheço [desconhecendo].
Sou estranha, às vezes percebo isso. Sou uma mulher que não muda de opinião, mas está sempre transeunte pelos gostos e olhares.
Gosto, amo, sinto...mas desculpem-me, não sou uma mulher de eternidades. Tudo me entedia. Venho procurando o que me satisfaça, porém são tentativas em vão.
No meio de um texto já cansei de escrevê-lo e largo as rédias... é, larguei!


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Que eu passe invisível aos olhos da maldade

Quando disponho parte do meu tempo pra pensar no ser humano me perco dentro de mim, em meio ao tempo. Não há certezas na vida humana, até a morte é um tanto incerta. Sabe-se que ela existe e ronda as nossas vidas, mas não sabemos quando, como ou o que vem depois. O ser humano que tende a explicar, a dar motivos sem nem saber se há real motivo. Por que não viver e aproveitar esse curto pedaço de tempo em que há glória e tristeza em um misto de amor e agonia? Procuro achar as minhas explicações sem tentar descobrir as do mundo. Deus ( ou o nome daquela divindade superior a todos nós, que cada um crê de uma forma) me disse: "Desce e vive!" A mim, foi suficiente descer e viver tudo aquilo que cruzou o meu caminho. Por que para os outros tem que ser necessário viver as outras vidas? Somos ensinados pra isso. Anos e mais anos numa escola aprendendo a história dos outros, vivendo a vida dos outros. E aí o "deixa eu te contar" soa familiar aos ouvidos de quem escuta. Eu tenho medo de gente. De gente que passa pela vida com um nome e vivendo das histórias dos outros. Tenho medo da língua áspera de uns. Da forma como enxergam a verdade como algo absoluto e tentam fazer da verdade deles a minha. E, eu que nasci apenas pra viver.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Meus fatos, minhas razões

Tantos duvidaram que eu poderia amar você, parece que foi algo tarjado, como se eu fosse diferente dos outros seres humanos, fosse incapaz de amar. Como se eu não fosse pra você ou você pra mim.
A verdade é que ninguém nada sabe sobre a minha forma de amar. Tudo que as pessoas vêem é uma pessoa em uma batalha de defesa, tentando resguardar um bocado de amor que ainda lhe resta de um mundo em que as pessoas já não acreditam umas nas outras.
Quantas vezes você quis entregar o seu coração e sabia que do outro lado tinha alguém perfeito pra você, mas descobriu que esse alguém também andava magoado com a vida? Mágoas alimentam o orgulho, que uma vez infiltrado o intimo de uma pessoa corrói como câncer. Dois orgulhosos não resolvem problemas, mas acrescentam bastante.
Você me chegou assim, o inverso de tudo que eu costumo ver: romantismo, palhaçada, companheirismo, segurança... Tudo que eu andava procurando e que as pessoas que possuíam escondiam por medo.
O amor, aquele que todos tentam definir, começa por uma simples palavra: Confiança. Você se jogou e confiou em mim quando poucos acreditavam. Resgatou o melhor de mim, guardado à sete chaves.
E, nem importa se é infinito, se é amor, se aperta meu coração ou acelera... O que importa é isso que eu não ouso nomear, mas que me faz tão bem.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Reticências


Nesse mundo que eu já vi tanta coisa e tenho medo de ver tantas outras...
Eu não tenho medo da morte (não da minha morte) .
Tenho medo da vida, das surpresas que ela pode me proporcionar,
Das pessoas que ela ainda pode me levar.
Tenho medo de velórios e capas de jornais.
Medo de sentir falta, de me arrepender.
Medo de não poder voltar atrás.
Medo de tudo que eu prevejo, pressinto...

sábado, 15 de outubro de 2011

A respeito de ontem

Sentada naquele meio-fio, eu quis lhe dizer tudo que minha razão faz questão de não esquecer.
Para não ferir alguém é melhor nem começar, não é mesmo? Eu sei disso, mas meus desejos e vontades falam, muitas vezes, mais alto que minha razão. Tenho todas essas filosofias de vida que vivo compartilhando por aqui, mas isso não me faz mais ou menos humana. Carne, osso, sangue, ideologias desvariadas, alienação... são coisas que também estão em mim. E, por isso que eu volto depois de tantas semanas a esse velho blog pra falar sobre as coisas que minha língua ácida é incapaz de pronunciar.
Há um ano as pessoas vêm um fantasma em mim, talvez esse fantasma esteja representado na aliança que a minha mão esquerda carrega, e até na marca em meu dedo quando ela não está presente. Não quero comparar as pessoas, cada um tem seu jeito muito próprio de agir. Quando eu usei como exemplo minha história com Sol, eu quis falar do meu erro, das coisas que ficaram nos bastidores e que estragaram a maior parte da nossa relação. Eu me conheço e sei de todos os meus defeitos, sei das coisas que eu não aguento, das coisas que eu preciso, dos meus padrões, chatices... Eu acho que as pessoas tem o direito de escolher os seus caminhos sem que ninguém se atrevesse no meio, o caminho que você escolheu pra sua vida é intenso, exige tempo e dedicação. Assim como o meu caminho também suga muito de mim. Eu não posso me intrometer no meio e pedir sua atenção só pra mim porque cada um tem a sua vida e deve segui-la. Desculpa por não ser egoísta, mas eu não quero que você troque o seu profissionalismo por uma aventura amorosa. Amores passam com o vento. Prefiro ao meu lado alguém que eu não possa ferir, que eu possa acrescentar.
Muitos falam de um suposto monstro que faz morada no meu coração, talvez ele exista e me amedronte bastante. Como em "A bela e a fera", eu não deixo ninguém me conhecer e ver o que há de bonito por dentro de mim.
Que você pode me fazer feliz? Não tenho dúvidas! Fazia tempo que eu não conhecia alguém tão puro quanto você, o problema é: "será que eu posso lhe fazer feliz?".

domingo, 25 de setembro de 2011

Ciclo

Posso estar errada, mas acho que é impossível amar alguém por uma vida toda sem dar espaço pra um outro alguém. Da mesma forma que é impossível esquecer uma pessoa que fez parte da sua vida, que fez morada no seu coração. Eu acho que o amor é mais intenso quando ele é vivido. Amar só é sofrimento. Sofrimento que passa quando as portas e janelas da vida se abrem.
Sei que as pessoas não são iguais e que nem todo mundo é assim. Conheço uma pessoa que ama outra há 15 anos e nunca tiveram nada. Cada um tem o seu jeito próprio de amar. O amor não tem definições. É como água, adequa-se ao recipiente.
A primeira vez que eu amei alguém eu jurei pra mim mesma que nunca mais iria se repetir. Passaram-se 6 anos, mas se repetiu. E o que eu vou dizer agora? Que não foi amor? Lógico que foi! Não foi uma via de mão dupla, me fez sofrer, mas foi amor!
Não dá pra pegar dois sentimentos diferentes e colocar na balança pra saber quem eu amei mais. Hoje eu digo que Sol foi o amor da minha vida, mas amanhã se eu viver algo tão intenso com alguém, vai ser amor .E aí eu apago os 6 anos que passaram antes dela? O problema do mundo é falta de compatibilidade. Esbarre com alguém que te chame a atenção e que seja recíproco. Descubram que vocês gostam das mesmas coisas. Sorriam juntos. Tenham sintonia e mantenham. Se joguem sem medo. E é amor!

Saia da condição de carrapato

Me poupem de caretices e de rótulos.
De gente que só sabe julgar.
Ninguém nesse mundo é santo.
Todo mundo erra.
E qual o problema se eu fumo,
se bebo,
se me interesso por pessoas do mesmo sexo?
Qual o problema se eu não quis prestar atenção,
se eu gasto dinheiro com nada,
se eu não voltei pra casa hoje?
São poucas as pessoas que devo satisfações,
não se inclua nessa lista.
O mal que eu posso causar é meu,
Não seja tão ganancioso a ponto de querer até isso.
Não queiram violar minha vida.
Os dentes são tão traiçoeiros que vez por outra mordem a língua.

Les soins

Menina,
me diz o que te atormenta.
Será pretensão minha pensar que é a minha ausência?
Como uma roleta russa, meus sentidos me enganam. me ignoram.
Me sinto amada nos teus olhos e odiada nas tuas palavras.
Sinto-me como um grande evento que fez turnê na sua vida,
E agora só lhe resta o ingresso guardado como forma de lembrança.
Como se o filme tivesse queimado e estragado todas as fotos.
Restam poucas lembranças de tantos momentos.
Lembra de quando eu segurava sua mão com o objetivo de nunca soltá-la?
Minhas mãos tiveram que ser amputadas para seguirem as tuas.
E eu continuarei escondendo os braços para que você nada perceba,
O importante é ser sentido.
Me permita continuar sendo o seu anjo e eu continuarei com o sorriso estampado no rosto.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Linha curva

De todas as coisas lindas que lhe são cabíveis,
As que eu mais amava eram as mais simples.
Seu semblante sério enquanto dormia.
Seus cabelos despenteados,
Sua pele branca,
O sorriso alinhado,
O nariz afilado.
O modo como você explica as coisas ao seu redor,
Teu sotaque "meio mundo inteiro".
Tudo isso vai se apagando da minha mente a cada dia,
Estou aprendendo a conviver com a sua ausência.
Aprendendo a conviver com a falta de tudo que eu queria pra vida inteira,
Eu que tanto reclamei de conformação. Ando conformada.
A cada amanhecer tenho mais certeza de que coração e pele são órgãos
Que não agem em sintonia.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Leve

Já notou que todas as vezes que procuramos algo e não achamos, saímos revirando tudo, desarrumando, fazendo bagunça... No fim a gente não encontra mais nada. Bagunça exterior é um espelho da confusão que há dentro de nós, sempre acreditei nisso. Minha vida tava assim, pelo avesso. Procurei por algo e desorganizei tudo. Agora me ponho a arrumar as gavetas da minha vida. Da mesma forma que faz bem jogar fora os papéis antigos e coisas sem serventia, é sempre bom descartar as pessoas que não nos fazem bem.
Tenho algo mal resolvido naquele espaço reservado dentro de mim e só irei encabeçar em algo novo quando todas as gavetas estiverem em seus devidos lugares. É renovador sentir-se assim: plena de si.
Não pense que é egoísmo esquecer o mundo por alguns minutos e olhar seu interior. É necessário se dar um tempo, sentir-se amada e saber a proporção desse amor, cuidar de si.
Encara-se no espelho e se ame e o mundo lhe amará de volta.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O tango

Sentada nessa cadeira velha, ao relento da noite existe uma pessoa tentando matar seu orgulho para lhe explicar todos os motivos que levam um ser humano a estragar algo tão bonito como "nós". Se você pudesse me ver, minhas lágrimas falariam muito mais que meia dúzia de palavras ou explicações. Aprendi que as letras não falam por si só, que podem facilmente ser mal interpretadas.
De todos os dons que eu tenho o maior deles é ser idiota. Orgulho não explica as minhas burrices, eu sei! Lembra das nossas conversas antes de chegar ao ponto em que morremos? Nossos risos ainda ecoam no meu quarto vazio de mobília e cheio de sentimentos. Teu choro está gravado em mim como se eu continuasse a ouvi-lo noites à fio, misturado ao meu sangue.
Como fazer alguém entender algo que se guarda no íntimo do existencial humano? Não sei! Criei uma imagem de mim mesma que já não consigo desfazer. Talvez um desabafo me faça bem. Sei que você não se prende a essas linhas que, vez por outra, solto por aqui. Sei que, talvez, você nem leia esses meus pensamentos insanos, mas compartilhar parte desse amor que carrego comigo com as pessoas que me acompanham na vida virtual será como me livrar de algemas que aprisionam minha alma.
Existiu um erro entre nós e um erro que não atende por nome de terceiros ou quartos. Um erro camuflado pelo que somos e nos conhecemos. Até os nossos defeitos são idênticos e sabíamos que isso era um perigo. Tão sinceras uma com a outra e mesmo assim tentamos disfarçar o que sentíamos. De tanto nos enganar, nos enganamos. Não dá pra dançar tango com o amor, não dá para empurrá-lo e puxá-lo, isso é tratar um sentimento puro como um jogo, é ferir-se, auto flagelar-se. Não quero dizer com isso que tratamos nossos sentimentos como um jogo ou uma diversão, apenas agimos de uma forma que não era a certa. Quando duas pessoas não se entregam a uma paixão e não pulam juntas do abismo, sem medos, o resultado é uma queda solitária em que o vento toca o corpo como espinhos. Nossas aflições nos causaram isso: essa distância!
Suas palavras martelaram na minha cabeça me ensurdecendo para o que realmente deveria escutar. A fórmula perfeita para o que acabou com a gente foi a sinceridade mais a amizade. Nos desnorteou. Me prendeu a um passado que nem existia mais, mas que foi inflado pela maldade humana. Ciúmes é substantivo de medo, medo de lhe perder. - Perdi! - Perdi antes de tudo, o que mais me amedrontava perder: a minha amiga. Sinto falta de você como se metade de mim tivesse partido.
No fim das contas, tantas coisas em comum não ditavam nada, não foram capazes de nos entrelaçar. Ficou aqui o que me motiva a olhar as suas fotos ou escrever cartas que nunca lhe mandarei.
Se eu pudesse apagar alguma coisa da nossa breve história, eu apagaria o que a gente não viveu, o que não nos cabia. Se há algo que eu irei cultivar é o timbre da sua voz. Entre tantas outras coisas, está guardado dentro de mim o seu olhar pousado na cama a fitar-me enquanto eu fechava a porta de seu quarto. Gosto de pensar que foi naquele momento que eu partir, foi naquele momento que meu coração se partiu.

domingo, 4 de setembro de 2011

Tempos passados.



“- Cheguei a me apaixonar por ela, por 5 segundos.

- Como assim?

- Desde que a conheci, toda vez que me olho no espelho vejo a face dela!

- Han?

- Entenda como quiser...”

sábado, 3 de setembro de 2011

A praça

Bolhas de sabão
Infância que se faz presente em outrém
Escorregam pelos corredores da vida
Entre pombos e grãs de areia
Ser criança
Sem saber que sentados nos bancos jaz a maturidade consciente
De quem um dia fez-se jovem.
E senta na grama afim de resgatar-se
Enquanto os olhos percorrem a beleza encaminhando-se para o lado estético do mundo.
Vendem balões como se fosse possível vender a infância.
Tragam a vida em menos de 10g.
Um maço para me acabar aqui,
Para despedir-me com o sol,
Para sumir com a minha sombra.
E cai a primeira folha de setembro, sou eu em outro personagem.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

XXIII

Eu tinha uns 11 anos quando me aventurei a ler "Romeu e Julieta", um belo começo para uma criança começando a entender o amor. Passei alguns anos acreditando na forma shakespeariana de amar; o amor único infindável que morre com aquele que carrega consigo tal sentimento. Ainda sim, não era fácil pra mim entender tais coisas, elas não se misturavam às minhas bonecas na estante.
Aos 15 me deparei com Vinícius de Moraes, largado na prateleira, heterogêneo à poeira. Sem um copo de whisky, esquecido por algum ente de minha família. Sentada no canto do quarto li os primeiros versos:

"Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto."

E cada página que meus olhos engoliam, era como se um novo mundo se construísse diante de mim.
Pequena, frágil, insegura, desconhecida de mim mesma, ignorante do que é o mundo e de como se formam as palavras, essa era eu no auge de minha adolescência.
No último soneto de Vinícius me perdi como quem cai em um abismo: "...que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure." Como era possível amar dois? Quem pode explicar que a vida segue para todo mundo e caminhos se desentrelaçam durante a jornada? Aprendi com o tempo a ver pelos olhos dos outros e sentir com as minhas próprias mãos. Acredito no saudoso poeta, jornalista e dramaturgo quando dizia que é possível viver uma vida e vários amores, mas metade de mim ainda grita que se há amor é eterno.
Não sei quanto tempo vai passar, quantas pessoas farão morada nesse pequeno pedaço de ser humano que sou eu, mas sei que em mim você sempre estará. Com o mesmo sorriso terno e olhar puro você irá me acordar e um dia às margens da vida eu poderei dizer que não importa quantas pessoas deitaram-se comigo ou quantas eu amei, você foi a única.


Gosto de colorir meus textos com imagens, mas acredito que esse se basta.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Recado

A cada passo que eu dou, a cada rosto que eu vejo pelos vidros dos carros fico me perguntando porque as pessoas continuam passando tantas horas dentro de um automóvel em um trânsito infernal. Não vejo explicações válidas, a não ser manter as aparências. O carro que foi criado para nos dar conforto, hoje nos mantém horas em um caos formado por barulho, calor e perda de tempo. As pessoas já acordam irritadas e passam o dia curtindo a mesma situação que vai se prolongando a cada minuto. Eu ando durante 30min (o tempo de casa para a faculdade), chego disposta e carregada de pensamentos. Continuo sem entender a humanidade, por que trabalham tanto para manter as marcas e as aparências? Meu maior desejo é não ser engolida por esse monstro do capitalismo. O importante pra mim é aproveitar a vida e certos luxos não são precisos.
A humanidade está esquecendo os princípios básicos da vida, se é que um dia aprenderam. Não há mais espaço para fazer amor e o sexo é praticado nos intervalos de tempo. Por onde andam os sorrisos desse século? A tecnologia não foi inventada para acabar com o homem, mas sim para ajudá-lo a crescer, lembrem-se disso! Aproveitem o tempo porque ele é curto e o dinheiro é incapaz de resgatar as horas.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fragmentos de mim

Tenho muitos defeitos, sei de todos, convivo com todos. Deito-me e levanto-me comigo. Conheço minhas digitais, meus pensamentos íntimos, minhas vontades. Questiono-me cada vez que me deparo com minha imagem no espelho. Sou complicada, mas quem não é? Existe coisas de mim que eu ainda não descobri. Sou um ser humano e me engano como qualquer mortal. Tenho minhas angústias, meus sofrimentos, medos, pesadelos... aposto que você pensa bastante sobre as coisas que lhe afligem, mas entender o universo do outro é muito mais que julgá-lo ou observá-lo, olhar só pra si é egoísmo.
Sou reservada e ao mesmo tempo me exponho com uma facilidade que intriga. Escrevo todos os dias meus pensamentos, ideais e percepções, mesmo assim poucos me conhecem. Mecanismo de defesa: Você se mostra nas entrelinhas, mas não são todos os que compreendem um texto.
Me complico com as palavras faladas, mas danço tango de olhos fechados com as letras. A melhor maneira de me conhecer é lendo essas linhas que eu vou deixando soltas por aqui.
Eu sempre me abalo com a perda, mas aprendi a não chorar e encarar as coisas como um soldado da guerra, sempre pronto pra perder ou deixar a vida. Sou forte sim e que eu saiba não há nada de errado nisso, sou fraca também, mas mantenho as aparências.
Sou uma espécie desconhecida, um enigma. Partes são exploráveis, partes inquestionáveis, inexploráveis... Minha mente é um planeta não habitável, não tentem me entender, sou docemente contraditória.

sábado, 27 de agosto de 2011

A pele

Com o tempo a gente vai percebendo as pessoas que realmente se importam com a gente, a ferradura queima a pele quando entendemos a palavra "decepção", mas não gosto de julgar as pessoas como "boas" ou "ruins". Cada um sabe de seus sentimentos e motivos. O gostar é um órgão traiçoeiro às vezes se encanta por um, às vezes se apaixona por outro, às vezes se perde na esquina. Perde e acha no espaço de tempo que determina a si. O corpo humano obedece, chora, ri, experimenta todas as sensações que vão dando gosto a pele. A pele que veste a roupa e desnuda se entrega. Amar não é o começo, não é o fim, não é o meio. Decepcionar-se não vem em pequenas doses e nem é o tipo de produto que você escolhe se quer consumir.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Entre eu, você e alguns lençóis

Talvez pra você essa carta seja motivo de risos, pra mim é um desabafo.Hoje fazem 5 anos que eu vivi o pior momento de minha vida. Fiz uma loucura que jamais faria novamente. Há 5 anos atrás, neste mesmo dia eu senti que ia te perder pra sempre, e sendo esse meu maior medo eu consegui coragem pra cometer a maior burrice de minha vida. Que não adiantava tentar porque ninguém ia separar a gente?! Pois é, ninguém conseguiu,só você própria. Com uma notícia você espatifou a redoma de vidro que envolvia nosso mundo.Com uma frase você demoliu a metade desse mundo. Com um ato, você acabou com tudo. E eu?Eu sentei e virei telespectadora da minha vida. E fui deixando ela passar.Eu vivi pela morte e não pela vida.Bebidas,cigarros,lágrimas foram o analgesico para minha dor. Várias luzes se acenderam no fim do túnel, mas logo foram apagadas a cada vez que meus lábios tocavam os teus.Quando uma luz permaneceu alguns minutos a mais que as outras, só me fez perceber a extensão do túnel, e que a gente espera o "pra sempre" mas o pra sempre também nos espera. O que hoje vejo em você é uma pessoa de duas caras. Quando somos eu e você, você é o grande amor da minha vida. Quando somos muitos, você é a pessoa que eu jamais gostaria de conhecer.Você conseguiu me fazer chorar em um momento que ninguém jamais conseguiu. E nesse momento eu percebi o quanto que eu ainda te amava, porque as lágrimas de felicidade contém mais amor do que as de sofrimento.Em 5 anos conseguimos nos afastar ao maximo que podiamos e agora nem te conheço mais.Na última vez que nos beijamos na sua cama, senti que nossos corpos iriam se fundir em um único corpo. Minutos depois, fumando um cigarro, na sala eu percebi que jamais poderia lhe perder, pelo simples fato de você nunca ter sido minha. E por não ser um perdedor, faz com que eu aceite tudo isso, mas também me prende a condição de jamais ser um vencedor...

Bom, em comemoração aos 7 anos que se passaram, resolvi postar esse texto que tem 2 anos. Hoje os sentimentos já não são mais os mesmos, mas como gosto muito dessa carta nada convencional achei que ela não poderia faltar aqui. Espero que gostem.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ausência presente

Hoje tua ausência está tão presente na minha mente

Que tive uma louca vontade

De pular pela janela de meu cérebro

Espedaçar-me no chão que meus pés pisam.

Tua ausência está tão presente no meu corpo

que o sensato seria arrancar minha pele.

Andar nua, em carne viva esfregando-me em cactos e espinhos

causaria menos dor que essa ausência.

sábado, 20 de agosto de 2011

Mãe

Mãe me perdoa pelo monstro que habita em mim.
Perdoa-me se eu já não posso mais chorar
Porque no mundo sempre há alguém que sofra mais do que eu.
Perdoa-me sempre lembrando que fui criada nos braços da loucura.
Perdoa-me por ter ouvido que Deus me excomunga
E por conta disso ter deixado a igreja como uma ovelha desgarrada
E me envergonhar dizendo que já nem sei rezar o Pai-nosso.
Mãe me perdoa por você ter saído por uma semana , sem nem dizer 'tchau',
E chegar uma semana depois me chamando de 'filha'
E,eu,nem lembrar que foi nos braços daquela estranha que eu vi pela primeira vez o sol
nascer.
Mãe me perdoa por procurar no colo de outros mulheres o teu colo.
Perdoa-me se nada do que eu tenho é meu,
Perdoa-me por chorar sozinha, em um cantinho de um quarto tão grande pra uma
criança tão pequena.
Perdoa-me pelas minhas olheiras,
Pelas minhas mãos que tremem
E até pelas minhas enormes orelhas.
Perdoa-me pela tristeza de minhas poesias,
Pelo calor frio de meus braços,
Pelas minhas loucuras todas...
Mãe me perdoa se eu resmungo minha vida toda,
quando há pessoas passando fome.
Perdoa-me pelos meus gritos
E meu silêncio.
Mãe me perdoa pela anarquia,
Pelas piadas sem graça
E pelos barulhos chatos quando sua cabeça parecia pegar fogo.
Perdo-me pelo que fiz,
Pelo que não fiz
E o que vier a fazer.
Perdoa-me se eu não aceitar esse beijo agora,
Porque de que adiantam os beijos e as desculpas
Quando as feridas já foram abertas e ainda sangram em hemorragia,
E as cicatrizes ainda ardem
E as palavras já foram ditas?
Mãe me perdoa, apenas, por te perdoar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Eu, jornalista.




Não gosto desse jornalismo robótico em que o profissional descarrega todas as informações na matéria sem dar espaço para que o leitor sinta-se envolvido com a história. Quem, quando, onde e porque não responde tudo. É preciso sentir as palavras e as histórias para que o leitor também possa fazer o mesmo. Não pretendo seguir por essa área de jornalismo impresso, apesar de gostar muito de escrever. Gosto do meu livre arbítrio e não gosto de regras para mostrar o mundo como eu vejo, fotografando eu posso mostrar o meu olhar, minha inquietude, meu eu.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Até onda dura?

Andei pensando nesse mundo que as pessoas criam e dão o nome de "amor", este universo longe de todas as realidades. Décimo quarto planeta descoberto, explorado e jamais decifrado. Essa ideologia criada de algum filme fictício que produziu um "para sempre". Quem determinou a extensão do amor? Por que depois de tantas provas as pessoas ainda crêem que essa infinidade de amor único existe? Não sabemos, ao menos, até quando é o "sempre", ele pode se extinguir na próxima esquina. Você pode ser condenado pela morte de um "para sempre" que ainda vive no coração de outro e esfriou no seu. Crime brutal o daquele que mata a esperança no peito de alguém. Pena inafiançável para o que acredita no inexistente. Prometa esse amor à longo prazo para você mesmo, o seu "para sempre" só morre com você!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Você ainda vive na distância do meu eu


Chamam meu coração de insano, julgam-me sem nem ao menos me conhecer. Eu sei dos meus sentimentos.

Da última vez que estive com você, meus lábios tocaram os seus e eu me lembrei de tudo que pulsava em mim antes de você ir embora. E eu nem sei porque o destino gosta tanto de brincar comigo, porque te trouxe de volta, eu sei o quanto meu corpo sangrou e o quanto eu tenho medo de mexer nas cicatrizes. Será que você não foi capaz de perceber nem por um segundo que tudo que eu preenchia no meu coração era a falta de você?

Eu seria capaz de escrever com as lágrimas que rolam pelo meu rosto toda a história que eu inventei, sozinha, com você.

Não é fácil ouvir um "eu te amo" depois que o coração já foi quebrado em cacos miúdos de vidro, e mesmo assim eu ouço e tento fazer um vitral.

Não quero me meter na bagunça do teu coração, há coisas que segundos não sabem arrumar. Cada um conhece sua desarrumação.

Não guardo expectativas, não cultivo o amor. Mas saiba que todo esse plutão que vive em mim, mantém por você um chama que não se apaga. Um habitante capaz de viver na frieza e na distância, que conhece o que um dia denominou-se paixão.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Lembranças

Lembra das risadas de fim de tarde? Do abraço que só você é capaz de dar?

Eu lembro de cada pedacinho que éramos nós, sem exceções, todos nós. Risadas e lágrimas na grama. Crianças do tamanho de adultos, brincando de viver. Quantos se vão, quantos ficam...

Eu posso fechar os olhos, rebobinar a fita. Hoje tudo que fomos tornou-se encontros em ônibus, esbarrões em esquinas, acenos dados do outro lado da rua, mensagens de pessoas que nos marcaram, a voz mudada de um amigo que um dia foi próximo. Saudade, tradução perfeita pra tudo isso que eu vejo no escuro dos meus olhos. Uns casam, uns tem filhos, uns seguem, outros estacionam. O tempo se encarrega se afastar, a essência se encarrega de nos lembrar. Há marcas que são incapazes de serem apagadas.

domingo, 7 de agosto de 2011

Equilíbrio

Falar de você é falar de mim, e como é difícil falar desse turbilhão de sentimentos que sou eu, que é você.

Só nós sabemos, o que faz nossas lágrimas rolarem durante as madrugadas de insônia.

Conte-me, minha irmã, em quantos pedaços partiram-lhe o coração? Há quantas de você por aí tentando despistar essa que nós duas conhecemos?

Não se pergunte porque o passado foi tão cruel, porque você acaba pintando-o no presente. Quando a vida nos mostra crueldade é para nos provar o quão forte o ser humano é capaz de ser. Eu sei que você sabe tudo isso. Compartilhamos o mesmo anjo, a mesma força superior. A amizade une espiritualmente as almas gêmeas, que na realidade não existem só no amor carnal.

Se ela volta? Se há pedras ou sofrimento em novos caminhos? Não se questione tanto, o tempo já tem tudo resolvido. A prova prática não é o questionamento e sim a vivência. Se a liberdade te escapa, segure-a. A força do pensamento é de um poder inquestionável.

Ignore os espelhos, eles nada falam sobre você.

Não compre as intrigas que os cambistas vendem por aí, nada que não é verdadeiro vale a pena.

Prospera na vida aquele que aprende a flutuar, como as crianças aprendem na água. Equilíbrio. Guarde essa palavra aquariana porque a vida não nos prepara para coisas boas, mas a vivência é o que nos prepara pro depois, para o equilíbrio. O prêmio de todo ser humano que soube aprender a viver.

sábado, 6 de agosto de 2011

O medo

O medo, aquele que esvazia a vida. Que limpa da parede dos sentidos todas as emoções boas antes vividas. O medo, inimigo número um de todos nós. E não me fale do contrário, pois este é o amigo infiel que dorme ao lado de todos.

Eu escuto, escuto o voz que queima o medo, que extermina tudo que nos prende ao chão. Escuto a voz que me dá asas. Mas não sei voar, deixei a fantasia na criança que fui. Pára-quedas não me parecem seguros. Eu conheço todos os riscos, mas não é de meu conhecimento o tamanho da queda. Arriscar não é passear de balão, não é voar de asa delta. É lançar-se no precipício, sem saber o que lhe aguarda no chão. Chamar alguém de medroso é a maior covardia que pode ser praticada por alguém, cada um sabe seus limites e tem o direito de respeitá-los. Mas palmas para os que arriscam, os que saem de casa dispostos a encontrar o amor e o sucesso, porque são esses que de tanto cair, aprendem a se jogar.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mostre - se[,] escondendo

Menina, o que fazes por trás deste escudo? Quem te ensinou a curar a dor com a risada dos outros?

Deixe-me lhe contar um segredo: lindo mesmo é quando a alma sorrir. Não demonstre quem você não é. A beleza está nos olhos dos que enxergam, não é como propaganda que se passa boca a boca. Pra viver é preciso jogo de cintura, sorrir demais incomoda, chorar também. Certas coisas a gente guarda no interior e dá a chave pra um ou outro. Ei, esse olhar não vai me afastar do que vejo de ti, não precisa se esconder. Não sofra assim, ninguém será capaz de lhe fazer feliz assim, e quem pode realizar tais sonhos está logo aí, não mate a pessoa que existe dentro de você. Nesse mundo tão grande, percorri cubículos, trouxe histórias... e a que posso lhe contar é que no fim, nós nos encontramos com nosso interior e descobrimos a felicidade, aquilo que não vem de fora pra dentro como passamos a vida pensando, mas que já existe, desde o primeiro palpitar, de dentro para fora.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Corre na minha veia a sua dor.

Sabe toda aquela dor que você sentiu? Sangrou em mim. Ardeu de uma forma que ser nenhum é capaz de descrever. As pessoas levam um tapa e nem imaginam quantos sentem a mesma dor.
O amor multiplica as pessoas. Os sentimentos não são iguais, mas enquanto um permanece acordado o outro sonha.
Olho os meus braços e sinto a falta do teu abraço, de dizer pelo menos um "vai ficar tudo bem".
Aprisiono dentro de mim a vontade de te mostrar que o sol não nasce só para uns, mas que só alguns sabem aproveitá-lo.
Sorrir pelo teclado, essa não é você! Eu conheço um sorriso que toma um rosto inteiro e que não dá espaço pra mais nada, me mostra ele de novo? E se você fechar os olhos e tentar sentir as coisas do universo irá sentir tantos abraços que nem imaginava estar por ali.
O ser humano é formado de pedaços, aqueles que são deixados por cada um que passa por suas vidas. Lembre-se que até as piores partes são o que formam você. A base do que lhe mantém em pé e lhe trouxe aqui.

O dia que escureceu.


Metade de mim adormeceu com o cair da noite.
A última coisa que eu me lembro é dela indo ao banheiro com os olhos molhados d'água,
Eu deitada na cama, menina indefesa, chorando de soluçar.
Disse pra mim mesma: "eu nunca mais vou chorar por ela, nunca mais vou sofrer por ninguém."
E parei de chorar quando ela voltou anunciando que ia embora, embora da minha vida.
E eu fui junto, embora de mim.

Rêve.


Acordei de madrugada sufocada
- uma xícara de café por favor! -disse ofegante
- O que se passa?
- Sonhei com algumas mulheres...
- Você as ama?
- Não sei! Talvez eu ame uma delas e outra eu tenha amado.
- Você tá tremendo.
- Elas me engoliam, uma olhava espantada e outra apenas chorava.
- Eram quantas?
- Todas que beijei.
Enfiei a mão no bolso do short surrado que durmo e tirei algo vermelho, ensanguentado, frio...
- O que é isso?
- Algo que lhe pertence, meu coração sendo resgatado e devolvido a você, acho que estou morrendo, mas bem sabes que volto.
Segurou aquele músculo 'nosso' e o vi reviver, inquieto, pulsante mais uma vez.
- É bom estar viva de novo. -Disse sorridente.
- É bom morrer de novo. -Falei cinicamente tomando meu café ainda morno.
Me vi indo embora pelo espelho, parte de mim ficou olhando meus passos tortos. Eu sei que aquele outro eu vai voltar, mas esse eu que ficou aqui está se completando pouco a pouco.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Dia [23]

Durante esses 24 dias eu experimentei todas as etapas da saudade.
A inicial, aquela em que os olhos da pessoa amada ainda estão gravados nos seus olhos com um terno "eu te amo";
A saudade mediana, aquela em que a desconfiança surge, o medo apavora, as juras de amor tornam-se sem sentido;
A saudade final, aquela que seu coração busca uma forma de se trancafiar em uma redoma, ou qualquer lugar que lhe pareça seguro.
Durante esse tempo, eu descobri que o tempo não existe em números. 24 dias para o meu coração foi como uma eternidade, as horas iam sendo digeridas lentamente pelo tempo.
Impaciência, insegurança, falta exacerbada... essa fui eu nos últimos dias. Por fim, tornei-me indiferença.
Pergunto-me o que será de nós, o que o senhor do tempo nos reservou para os próximos dias, meses, anos?
Qual será o comportamento das minhas mãos ao tocarem as tuas?
Que sentimento pulsará em meu coração? De que forma meus olhos irão te ver?
Hoje eu entendo quando Renato Russo cantava: Saudade é só magoar por ter sido feito tanto estrago.
Que agosto entre em minha vida doce ou amargo, mas que não me leve você de forma alguma.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Desculpem-me, continuarei fiel aos meus princípios.

Vim me perguntando ao longo dessas semanas porque as pessoas acham idiotice esperar por alguém que se ama mesmo não mantendo nenhum relacionamento sério com essa pessoa.
Cada ser humano é diferente do outro, tem pessoas que em uma situação como a minha iria ficar com outras e outras pessoas e isso não significa que por fazer isso elas não amem o ser esperado. Nós humanos temos mecânismos de defesa e esse é um deles, uma forma de se proteger para não sofrer futuramento, medo de mudanças no interior do próximo.
Quando amamos alguém, parece que a pessoa amada vira um enigma incapaz de ser decifrado, e começamos a nos proteger dessa interrogação em nossa vida. Eu já fiz tanto isso, mas hoje eu tenho pensamentos e percepções diferentes. Por que eu tenho que pensar que pra ela essa viagem é uma despedida de solteiro e eu sou uma otária por não fazer o mesmo? Por que eu tenho que ficar pensando nas possibilidades? Eu a amo e quero esperar por ela sem envolver mais ninguém nessa história e não me sinto errada. Não quero ferir meus princípios, muito menos magoar ou enganar ninguém. Carência dá e passa. Se ela voltar amanhã e disser que passou, eu estarei consciente de que tentei e não falhei com ninguém. Vou seguir minha vida sem me culpar por nada.
Eu passei tanto tempo sem saber que sentimento era esse, com tantas dúvidas, com tantas pessoas metidas no meio da história... hoje tenho o direito de não querer mais complicar as coisas. Não tenho vontade de mais ninguém, não quero ir pra baladas com o objetivo de enganar meu coração, se isso é ser otária me desculpem, mas continuarei a seguir meus princípios.