domingo, 29 de maio de 2011

A embriaguez do sexo

Eram, mais ou menos, 16 horas. Tínhamos passado o dia na piscina do apt. de Lucas, era um desses prédios classe A, com tudo que se possa imaginar para satisfazer uma pessoa. Resolvi sair da piscina e ir para sauna. A cabeça ainda tonta, havíamos tomado umas duas garrafas de vodka. Nessas horas gosto de ficar sozinha, de compartilhar minhas heresias comigo mesma. Passei uns 20 minutos na sauna, meu corpo já ardia em fogo. Foi quando ela abriu a porta:
- Tava todo mundo te procurando.
- Resolvi descansar um pouco. Tô me sentindo estranha.
Sentou-se ao meu lado.
- Estranha como?
- Sabe quando você bebe e sente vontade de tirar a roupa? De fazer sexo em cada parede...
- Tá se sentindo assim?
Levantei-me e fui até o chuveiro, ela observava cada passo...
- Queria mãos e unhas percorrendo o meu corpo - falei enquanto ia me rasgando - Coxa na coxa, seios nos seios, sentir o que dizem ser igual, mas é único. Percorrer com a boca, o corpo. Esquentar ainda mais esse fervor...
Minha cabeça encostada na parede, de costas para ela, fui me tocando, me sentindo... a água percorrendo meu corpo, o calor que crescia e eu não sabia se vinha de mim ou do ambiente. Senti a boca dela na minha nuca. O laço do biquíni foi desatando e as mãos já não eram mais as minhas... perdi o fôlego no seu beijo.

sábado, 28 de maio de 2011

Se...

Se ao menos você saísse de mim,
Se me fechasse a porta,
Ah, se você não deixasse transparecer,
Se não existisse sentimento (por mais carnal que ele seja)
Se os muros parassem de se erguer diante de nós,
Se o "se" não fosse uma palavra tão pequena pra nos impedir.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

The end

-Eu sinto falta dele, mari.
Engoli a seco.
- Isso significa que a gente acaba aqui?
Abaixou a cabeça e pôs-se a chorar. Sempre percebi uma certa dificuldade nela em relação as palavras. Era uma espécie de medo de me magoar. Eu a enfrentava com uma pergunta e a sua primeira reação era esconder o rosto. Ela não deveria me achar melhor que ela, mas achava. Em um relacionamento ninguém pode ser melhor que ninguém.
Era o fim sendo escrito ali naquela cama. O meu pequeno caderninho de 96 folhas, na realidade, não era pequeno pra nossa história. Percebi ali que o pra sempre pode durar até amanhã de manhã. Me agarrei ao seu corpo, chorei toda a dor que eu poderia chorar... no fim eu tinha sete anos, como nas brincadeiras que fazíamos.
Morreu ali uma amizade e uma história sobre o amor.



Me odeie - Reação em cadeia


Assim acaba essa sessão que demorou décadas, por sinal. Enfim estou livre da rádio novela, mas agora começa a loucura das provas. Tentei postar minha rádio no meu outro blog, que por sinal vocês já podem seguir viu? http://jornaldecabeceira.blogspot.com/ Infelizmente, a rádio era grande demais e o blog não suportou :(
Mais tarde tem outro post pra vocês, tava precisando desabafar e como vocês sabem, minha terapia é aqui. Beijinhos amados =*

Ressaca

Eu não sei o que se perdeu no meio do caminho, mas posso perceber o abismo entre nós. Não sei se fui eu que me desviei dos teus olhos ou se tu se esquivastes dos meus. Acredito que o medo de magoar-se seja maior que nós duas, mas também acredito que esse medo não pode chegar no calor da madrugada e engolir o que há de mais importante: a amizade.
Eu penso em você e ao mesmo tempo penso em um milhão de problemas, talvez o único seja "sabemos tudo a nosso respeito".
Eu queria fechar os olhos e transbordar aqui tudo que eu tô sentindo, mas que sentimento é esse? É tão fácil confundir amizade quando se tem ao lado uma pessoa como você, é impossível não se encantar. Encantamento! É isso que o meu lado esquerdo grita: avança o sinal! Enquanto isso, do meu outro lado, sigo pensando no que deve ser prezado. Razão e emoção são grandes inimigos dentro de mim.

Misturar amor e amizade, pode dá uma tremenda ressaca.

domingo, 15 de maio de 2011

Cicatriz eterna...

Ela ali, a cabeça encostada no meu peito, no frio da madrugada...eu era inteira com ela. De repente me olhou:
- Não tô conseguindo respirar amor.
- Calma, acompanha minha respiração... 1, puxa o ar, 2, solta o ar, 3, puxa...
Foi acompanhando enquanto eu alisava seus longos cabelos negros.
- Te amo! - Disse baixinho.
- Eu também amo você.
Pegou no sono minutos depois, sem que eu percebesse, a respiração continuava igualada a minha.
- Passou? Amor?
Mudei minha respiração e mesmo dormindo ela mudou a dela.


Piano Bar - Engenheiros do Hawaii


Essa é a história que não vai sair de mim. ♥

quinta-feira, 5 de maio de 2011

As marcas que deixei

- Desculpa, mas eu a amo.
Levantou a cabeça, os olhos cheios d'água, e foi como se enchesse de ódio:
- Não, você não a ama. Você não ama ninguém. O amor não é esse sentimento que você guarda aí. Não sei o nome...se é vaidade... o que é. Sei que não é amor.
- Acredite: é amor!
- Eu vou te deixar mais uma vez, e daqui há algumas semanas vou te ver quebrando a cara mais uma vez. Porque é isso que ela sabe fazer, quebrar a sua cara. E eu vou te ver chorar de novo. Mas se é isso que você quer, eu aceito, porque eu amo você.


Vai (Ana Carolina)




terça-feira, 3 de maio de 2011

O amor aceita o inaceitável

- Se eu te dissesse que te trai, o que você faria?
- Eu não poderia fazer nada, você já teria feito por nós. Eu apenas ficaria triste e te daria os parabéns por ter traido não a mim, mas o sentimento que eu cultivo por você.
Baixou a cabeça como se não esperasse por aquela resposta.
- Mas eu não te trai.
- E eu não questionei. Amo você.

Pense em mim (Darvin)

Esse é o segundo texto das conversas que marcaram minha vida, e foi uma das mais fortes até hoje. Ela aconteceu há uns 4 anos atrás e ficou marcada em mim, porque era evidente que eu sabia o que estava acontecendo, mas eu preferi vendar meus olhos e continuar sendo feliz.

O passado vem jantar

Gostaria de pedir desculpas pelo meu descaso com o blog nessa última semana, é que minha vida anda uma loucura por conta da faculdade. Tô escrevendo o script de uma radionovela, então tô mega atarefada.
Essa semana eu vou postar pra vocês 5 conversas que eu tive com pessoas diferentes e em momentos diferentes da minha vida. Os posts serão seguidos por uma música que talvez não tenha nada haver com o texto, mas me lembram cada pessoa. Espero que vocês gostem. Beijão!



- Hoje eu sinto em você o amor que eu queria ter sentido há 3 anos atrás.
- É o mesmo amor, porém agora machucado. Parece que não consigo te esquecer, mesmo depois de tudo que você fez.
Baixei a cabeça e senti as palavras cortando meus tímpanos.
- Você sabe o motivo por eu ter feito o que eu fiz né? - Engoli seco - Se não fosse aquele teu medo infantil...
- Não era infantil Mari... o problema é que você não sabe entender e guarda rancor. Queria arrancar isso de você, mas parece que você cravou na alma.
- A ferida fecha, mas a cicatriz é evidente. Não dá pra fingir que ela não está lá.
- Eu sei. Mais uma vez eu vou quebrar a cara com você.
- Eu não te prometi nada.
- Não estou te culpando... - fez uma breve pausa - Estou me culpando por não te esquecer.


Sua estupidez (Gal Costa e Roberto Carlos)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Assassinos de nós mesmos

A água escorrendo pela minha pele, levando o sabão
Molhando meus insanos pensamentos.
Enxugo-me naquela toalha velha, azul marinho,
E dou com a minha cara grudada no espelho
Toco com a ponta dos dedos, as cicatrizes no meu rosto
"são de verdade"
Então a ilusão não é vista por mim e sim pelos que me vêem.
Largo a toalha, meu corpo nu, meus cabelos embaraçados...
Então esse é o corpo de um assassino?
Sempre pensei que fosse diferente, mas só agora percebo que somos todos assassinos
A partir de uma folha rasgada a uma alma dilacerada por nós.
Assassinos de nós mesmos quando acendemos um cigarro e matamos nosso pulmão
Pra quê? Pra se acalmar? Ora, me conte outra!
Assassinos pelo álcool que ingerimos, pelos corações que ferimos.