sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Com aquele olhar sério de homem sábio, afirmou:
- Tenho acompanhado seu histórico no Facebook e me senti na obrigação de lhe alertar para um mal irreparável. Cuidado com o pessimismo! Desacreditar é o pior caminho.
- Ontem eu passei por uma calçada de corpos sonolentos. Tremendo de frio, uma dúzia de pessoas dormia nas ruas, abrigadas por marquises, enroladas em papelões, enquanto uma chuva fina jorrava do céu. Centenas de pessoas passaram por aquele cenário, assim como eu, voltando do trabalho, saindo para fazer compras, passeando, indo encontrar amigos. Eu te garanto que mais da metade dessas pessoas se preocuparam com uma única coisa ao passar por essa paisagem cruel: a segurança. Há 4 dias o mundo se abraçava em prol de 365 chances de mudança, e já no quarto dia do ano as coisas permanecem como antes. Sabe por quê? Porque Deus não solta anjos na terra para que eles escutem o pedido das pessoas no dia 31 de Dezembro de todos os anos. A verdade é que a gente brinda porque o que vale é reunir a galera e tomar uma, porque tudo pra gente vira farra e futebol. E existe uma parte da população que nasce em uma ano e vive uma vida inteira naquele ano, porque pra eles nada muda. Isso é pessimismo da minha parte ou realidade? Eu não me preocupo se as pessoas leem o que eu escrevo e me acham pessimista. Porque eu também estou lendo as atitudes delas e as achando egoístas, e tantas outras coisas. Meu pensamento não vai mudar o mundo e o pensamento do mundo não vai me mudar. No dia que comemorarem o “feliz caráter novo” eu abrirei uma cerveja e farei questão de brindar, do contrário eu continuarei recusando o convite. Então antes de questionar se eu acredito ou não na humanidade, questione o berço brasileiro: a injustiça.  

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